O Pequeno-almoço e o Paleo!

Há alguns hábitos que me fazem ‘comichão’.

Desde miúdos que somos habituados a que o pequeno-almoço seja composto de cereais, lacticínios e talvez umas peças de fruta ou sumo.

Bem sei que um tópico destes daria pano para mangas e não quero entrar de todo no debate ‘glúten vs lactose’ ou ‘glúten e lactose’ contra o mundo. Pelo menos não neste artigo.

Apenas me quero referir à quebra de ideias fixas. Paradigmas que enfiamos na cabecinha mas que se calhar não parámos um pouco para pensar.

Recordo-me ainda de olhar (na minha inocência de puto) para um English Breakfast e achar aquilo horrível e descabido, com tanta gordura provinda do porco e dos ovos.

Felizmente o conceito ‘paleo’ veio mudar algumas mentalidades. Ora, a dieta do Paleolítico é uma dieta baseada nos nossos antepassados caçadores-recolectores. Como tal, tudo o que seja amidos ou derivados do trigo estão absolutamente excluídos, porque vieram mais tarde com a Revolução Agrícola.

Tudo o que seja processado ou que venha em embalagens é também excluído, por ter um ‘prazo de validade’. Geralmente, se algo provém imediatamente da Natureza não tem prazo de validade e deteriora-se com alguma rapidez. Se ‘trabalhas’ um produto para aguentar mais tempo nas prateleiras, estás obviamente a adulterar a sua natureza.

O Paleo adora assim tudo o que seja carnes e peixes, ovos, sementes e frutos secos, vegetais (preferência crus) a dar com pau e frutas. Também é minimamente permissivo com a batata doce. Posso-me estar a esquecer de alguma coisa mas em moldes gerais é isto.

Deixo desde já o disclaimer – Eu NÃO sigo o Paleo de todo, aliás basta ver na foto que pus arroz (heresia meu Deus).

Contudo o grosso dos nutrientes que consumo provém destes alimentos (permitidos no Paleo) que referi acima. Digamos que consumo Paleo com benefícios, pois acho importante, com a carga de treino que me dou, consumir bastantes hidratos de carbono para aguentar a tareia.

Agora indo ao ponto a que queria chegar desde o início – o Pequeno-Almoço!

Tirando algumas culturas, como a britânica que já referi, o advento desta dieta e modo de vida dos nossos antepassados veio ajudar a desmistificar a primeira refeição do dia.

Não tem mal nenhum consumir carne, peixe, ovos e afins, só por ser a nossa refeição pós-acordar. Muito pelo contrário. A sua riqueza em proteínas e gorduras ajudará a saciar e a controlar o apetite ao longo do dia, assim como serem nutrientes imprescindíveis para recuperação muscular e mesmo para quem pretende perder massa gorda.

Por isso, da próxima vez que tiveres aquele tupperware com restos do teu jantar no frigorífico… Mas estiveres mais inclinado/a a comer cereais com leite só porque uma lei imaginária to disse… Vai ao frigorífico e diz que vens da minha parte.

Habitua-te a sentir a diferença em primeira mão 🙂

9 thoughts on “O Pequeno-almoço e o Paleo!”

  1. Boa! Já há mais de um ano que como ovos (estrelados, mexidos, escalfados) com bacon, abacate, tomate, amendoas, kiwi, bagas, é só escolher! Ah e o café com óleo de coco e canela (foi assim que consegui deixar de o beber com açúcar!
    Continuação de bom trabalho.

  2. Grande Salgueiro! A ver se a minha Maria vê este post para entender porque gosto tanto de ovos mexidos de manhã antes de ir para a bike 3h ehehehe

  3. Só discordo na premissa de que hidratos com fartura são necessários. Está mais que provado que podes programar o teu corpo para consumir energia a partir das “gorduras boas”… Dieta metabólica. Custa a habituar, mas traz resultados a longo prazo.

    Bom artigo.

  4. Como proponente desta dieta à mais de 2 anos, posso dizer que a forma como aqui é “empratada” não ajuda a que o conceito evolua ou sequer ganhe a devida credibilidade.

    Passo a exemplificar, citando : “amidos ou derivados do trigo estão absolutamente excluídos, porque vieram mais tarde com a Revolução Agrícola.” O fraseamento escolhido implica por necessidade duas verdades que o não são: que a)amido é derivado de trigo e b)que vieram com a revolução agrícola. Várias tribos quer do alto(superior) quer do baixo(inferior) paleolítico consumiam tubérculos (ricos em amido e que de nada têm a ver com trigo), no caso das tribos do Pacífico; e no caso da cintura do Médio oriente foram também descobertos resquícios tanto de cereais, e utensilios para os processar.

    De qualquer modo, a razão pela qual a generalidade dos cereais se tornam desinteressantes do ponto de vista ótimo nutricional está para lá do seu conteúdo de amido vulgo Hidratos de Carbono, prendendo-se antes com fracções proteicas que na sua constituição se revestem de mecanismo protector dos mesmos, e agindo dessa forma impedem/dificultam(podem ser cozinhados e semi-desactivados, mas dessa forma também se perdem outros nutrientes) a absorção dos nutrientes (ou parte dos) que o próprio cereal contém. Falamos de fitoquimicos que – no caso de alguns vegetais poderem conferir um stress hormético ao corpo humano que o reforçe, os chamados anti-oxidantes – a cozedura completa não conceque erradicar e cuja ingestão promove inflamação no sistema digestivo de uma vasta fatia da população, contribuindo ainda para a permeabilidade intestinal e consequente ativação do sistema imunitário de forma crónica.

    No caso dos tubérculos, a remoção da casca e a confecção ampla dos mesmos confere biodisponibilidade alargada de nutrientes sem grande problema de maior em indivíduos de outra forma saudaveis e com sensibilidade à insulina, como serã a maioria de quem relamente treina e se preocupa com o metabolismo.

    Reitero que sou um seguidor do “conceito” Paleo, e por isso mesmo acho conveniente que o mesmo seja veiculado com uma postura de abertura de mente. 😉

  5. Meu amigo, só há um alimento que eu odeio e fujo de morte – a cebola. Fora isso tenho abertura de mente para tudo hehe. Obrigado pela correcção! Fugiu um pouco ao meu objectivo central do artigo mas não deixa de ser muito relevante. Abraço!

  6. Boa tarde

    Salgueiro, queria saber o que pensa do IF (intermittent fasting), para perder “aquelas gordurinhas”?
    Pesquisei se tinhas algum POST sobre isto e não encontrei.

    Continuação de bom trabalho.

  7. Show Bruno

    Desmistificou a imagem do Estilo Paleo para os leigos.

    Desde julho de 2015 q to nessa.

  8. Isso do pequeno almoço, eu como alentejana, lembro-me bem que o pessoal do campo comia logo de manhã uma boa sopa. Eu pessoalmente não sei se iria conseguir…ihiih

    Boa continuação Bruno

  9. Ângela Tomás

    A virar fã das Dicas do Salgueiro. Fazia falta, sim, um português que conhecesse os nossos hábitos/cultura e que nos pudesse dar uma ajuda a nivel das temáticas em causa, já que nem sempre o ginásio, por si só, nos permite atingir os nossos objetivos e nem todos temos disponibilidade para contratar um PT. Obrigada Bruno 🙂 Keep up the good work ;).

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